domingo, dezembro 23, 2012
"Não quero que ninguém
ignore meus gritos de dor, e
quero que eles sejam ouvidos"
Que diria Artaud, hoje, quando toda dor não expressa de maneira espetacular é ignorada – principalmente aqui, no facebook?
Que diria Artaud, hoje, quando toda dor não expressa de maneira espetacular é ignorada – principalmente aqui, no facebook?
Estar vivo é estar aberto à dor.
E nenhuma dor é pouca.
"A dor é absurda; porque ela existe".
Agora, é o facebook quem pergunta, com toda a indiferença do mundo: "Como você está, Arthwr?
Ainda, é preciso ter cautela, encerrados em suas próprias dores, a dor de todos os outros é constantemente esquecida.
Mas, pode a dor, por si só, se tornar frente política ?
Não creio que seja o caso de uma Política da Dor – nem muito menos da política dos doídos.
A política dos doídos é reacionária, porque quer simplesmente proteger os seus, suprimindo todos os outros. "Política do afeto" é a miséria do nosso tempo. Creio que a a perda das noções entre público e privado constitui, em boa parta, as raízes da crise atual da política.
Talvez eu tenha começado todo o raciocínio de maneira errada:
Não será o facebook o grande Espetáculo da Dor? Da Dor e do Ressentimento.
Temos a falsa sensação de que aqui os outros nos ouvem.
Mas, todos transitamos de dor em dor, uma a cada minuto, como uma simples maneira de não nos entediarmos.
Em uma variação apropriada, Picabia poderia dizer o seguinte:
"Vaiem, gritem, esmurrem a minha cara, e depois, e depois? Direi ainda que todos vocês são idiotas. E dentro de cinco ou dez minutos, todos vocês estarão curtindo os meus novos "posts" no facebook."
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