ausência
num embrulho vão tuas coisas
e palavras que não são minhas;
meu gesto de silêncio.
ausência
num embrulho vão tuas coisas
e palavras que não são minhas;
eis tudo: meu gesto de silêncio.
ausência
num embrulho vão tuas coisas
e palavras que não são minhas;
eis tudo que tenha a oferecer.
ausência
num embrulho vão tuas coisas
e palavras que não são minhas
meu último presente?
sexta-feira, dezembro 23, 2016
domingo, dezembro 18, 2016
primeiro nome, Bia
você,
que eu encontrei antes
antes do colapso
antes da queda...
você.
Foi depois disso que
tudo aconteceu,
que tudo mudou?
ou será que antes, lá
em algum começo perdido,
o teu nome já era
o de agora:
enfant perdu?
o tempo ainda não me disse,
mas você, sabendo ou não,
leva consigo o peso da resposta.
um dia o silêncio nos encontrará
e teremos que partir, sei disso.
você,
que eu encontrei antes
antes do colapso
antes da queda...
você.
Foi depois disso que
tudo aconteceu,
que tudo mudou?
ou será que antes, lá
em algum começo perdido,
o teu nome já era
o de agora:
enfant perdu?
o tempo ainda não me disse,
mas você, sabendo ou não,
leva consigo o peso da resposta.
um dia o silêncio nos encontrará
e teremos que partir, sei disso.
Mas
(o poema para por aqui.)
(o poema para por aqui.)
terça-feira, dezembro 13, 2016
insônia
querer dormir e não poder
dores pelo corpo
pensamento falho
todo um esforço
que não se move
______________
até para querer morrer
é preciso um horizonte
risco de cair na indiferença
completa
puro arrastar-se
existir enquanto
coisa
social ou não
____________
contra o imobilismo
querer centrar-se
e explodir-se
síntese
de si mesmo
(será o suicídio é uma síntese,
na impossibilidade dialética?)
talvez haja aí um erro
no mundo, palavras quebradas
ela me contou sobre seu desejo de morrer
por dentro eu estava em pedaços
há alguns minutos
achei que
estava perto
de uma
crise de pânico
no banheiro
dei um soco na parede
molhei o rosto
mente e corpo se refazem
com algum choque
"segure as pontas.
não outra vez.
não hoje."
constrangimento social
também obriga:
não grite.
nem faça nada
que eu não faria
ela me disse algo
sobre suicídio
--muitas vezes.
não sabia o que dizer
há muito tempo
eu não sei mais o que dizer
um filme
lhe falei sobre uma ideia de filme
sobre a morte, sobre suicídio
ela quis contar sobre o seu
suicídio
como salvar alguém? ou
como dizer que se quer morrer junto?
respostas
não resolver
não dizer besteiras
querer dizer,
mas saber que você
não pode dizer, não pode fingir uma empatia
conforto
por mais que tudo tenha sido como foi,
você não pode salvar ninguém
a ideia simplesmente
não bate
mas você não chegou à outra
mesmo destruído
em colapso interno
você não é idiota
seu próprio desejo auto-destrutivo
encontra um bloqueio
você é chamado de volta
do meio do lixo que é você mesmo
para voltar
para dizer
ser responsável
choque
ela disse algo mais importante
do que toda a sua conversa, seus livros, seus filmes
você tem que estar ali
de volta
em você
no mundo.
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