terça-feira, dezembro 28, 2010

aprendi a matar alguém, hoje

Aprendi como matar alguém
no videogame, hoje
e eu nem sei o por que disso


Já vi a morte
já vi acidentes de trânsito
revoluções
brutalidade da policia
fome no 5° mundo
e essas coisas todas

...

as vezes acho que me fragmento em um milhão de pedaços
tenho várias vidas ao mesmo tempo em que não tenho nenhuma
REALMENTE

vendo filmes como quem quer viver

Vendo filmes
noite adentro
um após o outro

vendo filme com o desespero
de alguém que quer viver

E a Tv solta fumaça e apita.
mas você nunca a desliga.

Não tem coragem

talvez,
lá no fundo
você pense:
"Em algum deles deve haver uma resposta"

tendo certeza de que não vai haver.
mas você está lá.

(...)

"e, finalmente, na última parada, está ele
parado como um filho da puta esperando a morte
aquele americano idiota."

onde estão as respostas, cara?

(...)

Alguns gostam de ver as lutas, outros jogam nos cavalos.
Eu vejo filmes.
de certa forma,
estamos todos na mesma.
de um jeito ou de outro...

e não há nada em frente.
só neblina.
noite e neblina.

e você escuta:
"por que arrumar uma vaca se você pode conseguir o leite de graça?"
como se isso fosse a única pergunta retórica que merecesse ser respondida
e tudo que viesse depois fosse só consequência disso.
Parece o Albert Camus...

mas,
e você, por que está lendo isso?

sexta-feira, novembro 05, 2010

Escrever, escrever sociologia

Queria pedir pra alguém ir fumar maconha noutro lugar,

Aqui tá foda demais.

a mulecada assiste tv e chupa merda nos fins de semana.

"...first as spetacle and last as simulation..."



Nem vi o filme do godard, tinha fila e os ingressos haviam acabado.
A culpa é dos modernos de merda.
mas pra quem acha que eu deixei barato não conhece o piratebay!


"My balls are on fire!
I won't take survivals!!!"


kapò e o travelling abjeto de merda,
o que hollywood não fez de merda para nossas consciências?
Fazendo trabalho sobre isso...

Quem disse que escrever é de boa?
só se fosse no século passado.
"Para ser grande era só escrever"
Que merda bukowski, haha
tem um belo fundo de verdade,
mas, agora... "arte grande é merda de cavalo.Compre tacos"
OU melhor: merda de cavalo é arte grande!Comprem tacos na saída!

Exit throught the gift shop eu não vi também...
mas tem o piratenha safado!HAHA


big wheel
"listen to me, bitch
I don't wanna buy the big wheels
One more thing's for sure, baby
Don't want to fill your dreams"


o que eu tô fazendo?


escrevendo para apagar minhas memórias?
para deixar de ser?

talvez...

ces't la mort de l'auteur?

"Por arthur"
(ceci nes't pas une auteur)

Escrever é ser um
Corpo sem orgãos fumando o cachimbo do magritte?

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
???????????????????????????????????????????????????

quarta-feira, agosto 18, 2010

Há tanto calor humano em uma feira

Comer dois pastéis e tomar uma cerveja


não dever nada a ninguém
e
ninguém lhe dever nada

eu vi homens que cairam na rua
mas eu nunca perdi
o que
quer
que
eu tenho
aqui
que me faz
andar e
continuar

mesmo assim, às vezes precisemos de uma cerveja e dois pastéis.

terça-feira, julho 20, 2010

apertando mão de estranho no banheiro

o dictatoriado da vida civilizada está no meu pé.

democracia é só mais uma coisa que inventaram pra esconder a miséria.

Me sinto tão pobre de alma que so consigo beber cerveja, nem cerveja talvez - ela caí no chão, atravessa meu corpo sem orgãos como quem cruza o puro ar.

vi um filme que dizia que ingerir mcdonald's é internalizar a simulação.

Mas tô aqui, agora.
Você dizia que ia ficar tudo bem, que eu escrevia bem.
mas há algo que eu devo ser, que você quer que eu seja. POr que, aliás, a adolescência e a pós-adolescência é só uma fase mesmo, como uma estrada reta que passa por buracos, invariavelmente.
Você pode pichar paredes, beber bastante e negar alguns princípios básicos por uns anos. Mas depois sua licença expira, seu cartão não passa mais.
É melhor começar a pagar suas contas de internet com sangue, seu sangue.
O navio pirata acaba de virar corsário, e logo em seguida virou ganhou nacionalidade e uniformes e hierarquias mais sérias.
eu já vi pessoas mortas com mais feitios que pessoas bem vivas, dizem que é culpa da fragmentação. Mas acho que o espírito da miséria tem parte nisso. Da ditadura pro (neo-)liberalismo. Tem feridas que demoram pra serem curadas, tenho medo que se tornem situações irreversivéis. Parece que não há um espírito e uma conciência para criar uma nova situação, afinal tudo já foi pra idade do pós, não há mais perigos ou ideologias perigosas visivéis.
Existia perigo, existia um mundo que se extendia para fora do trabalho. Parece que a situação foi amenizada de tal forma que as coisas são feitas num viés aceitável, que há jeitos de ser nazista legalmente. Manipula-se o dinheiro e o virtual, o mundo terreno se perde e o corpo adormece. A conciência é sugada na maré das informações e se perde na pilha do lixo e do sexo. O desejo alimentado com dados.
As ações passadas para um plano virtual, e a ligação humana com a realidade separada do seu todo possível, do convívio e do prazer real. Dizem que a internet vai mudar tudo, a imersão(dentro da simulação) vai tomar conta da atividade passiva (espetáculo) e tudo vai ser bom porque vai ser do seu jeito. Have it your way.

A miséria é maquiada ao mesmo tempo em que é mostrada.

Ligue a tv e assista um pouco do telejornal.
Há algo de bom por lá?

Há algo que peça para ser combatido? Existe uma conciência de que algo está um pouco errada? Por que há tantos seriados sobre policiais?

A tv cria conflitos como quem cria novelas, e os resolve dessa forma também.
O cinema tem um papel decisivo nessa cultura vagabunda do século XX1. O cinema americano - tanto em forma, linguagem e mensagem com em conteúdo estética e pobreza.

A propagação da miséria cultural só cria mais miséria.


MAS,
a amenização das ações e o olho que tudo pode ver na internet cria a banalização. Nunca fomos tão criticos e tivemos acessoa a tanta informação como nos tempos atuais. Mas temos acesso a muitos enotorpecentes também. Só saber não é sentir. Você sabe sobre tudo, porém fora dos contextos e do todo. fragmentos.
O conhecimento também se transforma em passatempo.

(um espaço de silêncio)

A cultura virou passatempo. A cultura vive às margens e de vez em quando, em lapsos de integridade por parte da ideologia da tv, é mostrada como notícia, como chamariz pra turismo passatempista. Sempre simula e dissimula.
A vida virou novela de tv. A arte imita a vida? a vida imita a tv e vice versa, mas acontece dentro de uma grande bolha.

A informação abunda em fragmentos junto com o lixo e o sexo.
O desejo é alimentado com a fome. (sabor de quero mais).
O que é inicialmente espontâneo, se torna ritual e formulado.
As perspectivas criticas e radicais se tornam inofensivas nas óticas e nos textos acadêmicos.
O capital se esconde atrás das mídias diversas.
O fim dos líderes e a ascensão dos conselheiros.
A cultura recombinante não sabe do seu próprio potêncial.
A micro fama é fácil e desejada como nunca.
As diferentes aldeias se tornaram incomunicáveis.
O desejo pelo diferente nunca foi tão banal e fácilmente sáciavel.


Eu pergunto à você:


O que há com a contracultura?


Parece que grande parte do problema é fragmentação de tudo.
A modernidade líquida possuí algo de muito podre, mas que exala calmaria e tédio.

O trabalho é uma alternativa para que não quer acabar sem perspectivas.
(o que é de longe um problema).


Os video games, as redes sociais e os sites de humor são o ápice da expressão do tédio e do banal.
Como lidar com alguém que já viu de tudo? Como cativar por mais de 1 hora alguém que não quer saber de nada?
Jogar video games, jogar video games...

O que há com eles? desejo, simulação, tédio, violência e sexo

frustrações, amizades impossíveis, ser ouvido...

Buscamos todos sair do vazio. Uma cultura de negação. de recusa

Criamos nuances de recusa

quinta-feira, abril 15, 2010

Paula diz:
as pessoas vão tranquilas pras suas casas
batem punheta o resto do tempo e fica tudo bem
quem pensa, sofre, sou eu

terça-feira, março 30, 2010

cerveja

e há sempre
a
Cerveja .


Ser quando não se é.


beber cerveja pelos cantos.
beber sozinho.
beber.


nascer de noite
e morrer de manhã.

tantas e tantas vezes.tantas e tantas latas.

mas falta algo,
sempre falta.






O que aconteceu comigo?


o que há conosco?

sempre a mesma coisa.Sempre a cerveja pela tarde enquanto se anda pela rua se sentindo tão só.

De tempos em tempos
aquela nuvem cinza
volta pra nos visitar.

como uma estação do ano

como um estado mental patológico

como uma doença viral alojada no corpo que dormia encubada.



subitamente
sentir o peso da miséria humana em uma tarde calma,
e o vazio da sua vida na eterna rotina,
e a sensação de estar sempre deslocado.
Ser estrangeiro,
ser a naúsea.

voltar sempre para as mesmas situações...
e de novo
e d e n o v o e d e n o v o . . .




apêndice: Swinging man

addendun: Eterno retorno em micro escala ?

domingo, fevereiro 21, 2010

http://www.releituras.com/mquintana_cadernoh.asp