quinta-feira, dezembro 27, 2012

jogo da desconstrução, jogo do arrependido: exercício

escrever pra mim mesmo é fácil. posso fazer isso por um bom tempo. mas não terei muito o que dizer.

eu vi os olhos tristes do vagabundo condenado. eu vi a mim mesmo em uma cela. o que vem depois?

e há a tristeza que sempre acha uma forma de voltar. não é como antes. não mesmo. agora é pior.

são páginas e mais páginas de coisa nenhuma. voltar e ler. como aguentar ? como não ir dormir ?

uma linha um pensamento. justo ou não. mas sempre sincero... sincero e confuso como tudo.

como pude deixar aquilo acontecer? que tipo de idiota sou eu? sou um idiota condenado...

e "você" é só uma palavra. não. é sempre alguém. mas é alguém que nunca está lá onde eu gostaria.

eles riram dos meus livros e de mim. é trabalho deles. fizeram pouco de mim. o tempo dirá quem é o idiota.

depois dessa, não sei o que fazer. parece que o corpo está se desintegrando e a alma minguando.

silêncio. silêncio que vem de dentro. mais alto que todos os sons... todos os sons não o podem preenchê-lo

o que falta o pedaço arrancado o vazio não não agora não é mais como foi um dia não será nunca mais

sono sobre a terra. sono de baixo dela. começo aos poucos a sumir também. a sumir...

primeiros as mãos depois braços pernas e tronco restará cabeça por fim o vazio enfim negro quarto sem luz

logo será manhã logo será manhã mas me permita dormirei dormirei por favor me permita dormir ei

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