escrever pra mim mesmo é fácil. posso fazer isso por um bom tempo. mas não terei muito o que dizer.
eu vi os olhos tristes do vagabundo condenado. eu vi a mim mesmo em uma cela. o que vem depois?
e há a tristeza que sempre acha uma forma de voltar. não é como antes. não mesmo. agora é pior.
são páginas e mais páginas de coisa nenhuma. voltar e ler. como aguentar ? como não ir dormir ?
uma linha um pensamento. justo ou não. mas sempre sincero... sincero e confuso como tudo.
como pude deixar aquilo acontecer? que tipo de idiota sou eu? sou um idiota condenado...
e "você" é só uma palavra. não. é sempre alguém. mas é alguém que nunca está lá onde eu gostaria.
eles riram dos meus livros e de mim. é trabalho deles. fizeram pouco de mim. o tempo dirá quem é o idiota.
depois dessa, não sei o que fazer. parece que o corpo está se desintegrando e a alma minguando.
silêncio. silêncio que vem de dentro. mais alto que todos os sons... todos os sons não o podem preenchê-lo
o que falta o pedaço arrancado o vazio não não agora não é mais como foi um dia não será nunca mais
sono sobre a terra. sono de baixo dela. começo aos poucos a sumir também. a sumir...
primeiros as mãos depois braços pernas e tronco restará cabeça por fim o vazio enfim negro quarto sem luz
logo será manhã logo será manhã mas me permita dormirei dormirei por favor me permita dormir ei
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