segunda-feira, março 25, 2013

Sorrow's Child


Próximo está 
E difícil de ser apreendido é o Deus, 
Mas, onde há perigo, cresce também 
O que salva. 
Na escuridão moram as águias, 
E sem medo caminham os 
Filhos dos Alpes por sobre o abismo 
E sobre pontes leves. 

Hölderlin






http://www.youtube.com/watch?v=04XZoknUPu4




River, rio.

O movimento incessante do tempo – o continuum do espaço-tempo, que não espera e que não retrocede.

Nada permanece puramente inalterado no decurso do tempo.


Contudo, há estados de espírito que nos intuem a pensar que tudo se move, menos nós mesmos – estaríamos fora do jogo, segundo essa percepção; suspensos do processo que é a vida.


mas é preciso ter em mente que até mesmo a tristeza mais profunda, aquela que nos encerra em outro tempo e espaço, alçados para fora da realidade, onde "apenas assistimos" passar o filme da vida, ela também se modifica com tempo; assumindo novas formas e novas sutilezas.


Sorrow's child grieves not what has passed
But all the past still yet to come

A repetição não deve ser entendida como o retorno do mesmo, mas, antes, como uma abertura, como a possibilidade para um novo desfecho.
Não podemos sentir duas vezes a mesma dor, mas não podemos nos tornar indiferentes às suas novas formas.
Um duplo da coisa não é nunca a coisa. Mudamos nós, muda a coisa.
Acreditar na repetição como um processo puro, é se perceber como um morto, impotente diante de um destino certo.

Por outro lado, buscar a coisa perdida, é também viver em ressentimento.


Nossos sonhos não devem ser nossas memórias.

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