Próximo está
E difícil de ser apreendido é o Deus,
Mas, onde há perigo, cresce também
O que salva.
Na escuridão moram as águias,
E sem medo caminham os
Filhos dos Alpes por sobre o abismo
E sobre pontes leves.
Hölderlin
http://www.youtube.com/watch?v=04XZoknUPu4
River, rio.
O movimento incessante do tempo – o continuum do espaço-tempo, que não espera e que não retrocede.
Nada permanece puramente inalterado no decurso do tempo.
Contudo, há estados de espírito que nos intuem a pensar que tudo se move, menos nós mesmos – estaríamos fora do jogo, segundo essa percepção; suspensos do processo que é a vida.
mas é preciso ter em mente que até mesmo a tristeza mais profunda, aquela que nos encerra em outro tempo e espaço, alçados para fora da realidade, onde "apenas assistimos" passar o filme da vida, ela também se modifica com tempo; assumindo novas formas e novas sutilezas.
Sorrow's child grieves not what has passed
But all the past still yet to come
A repetição não deve ser entendida como o retorno do mesmo, mas, antes, como uma abertura, como a possibilidade para um novo desfecho.
Não podemos sentir duas vezes a mesma dor, mas não podemos nos tornar indiferentes às suas novas formas.
Um duplo da coisa não é nunca a coisa. Mudamos nós, muda a coisa.
Acreditar na repetição como um processo puro, é se perceber como um morto, impotente diante de um destino certo.
Por outro lado, buscar a coisa perdida, é também viver em ressentimento.
Nossos sonhos não devem ser nossas memórias.
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