segunda-feira, outubro 03, 2011

vinho e desespero são só duas palavras estúpidas pra ilustrar um poema igualmente estúpido

você pode até contar,
dizer a eles
sobre aquela noite
em que achou que
iria morrer,
mas não tem como
eles realmente saberem,
sentirem
tudo aquilo.

de quê adianta
uma única palavra
pra dar conta daquela noite toda?
de toda a solidão,
do desespero,
e da loucura?
o vinho que nunca
bastava,
a dor agonizante
rasgando seus pensamentos
com ferro quente
feito dos seus sonhos,
a memória
tão viva...
falsas esperanças!
e você sabe,
sabe que não...


então,por um instante,
você pensou,
pensou naquilo denovo,
e teve pena de si mesmo.
talvez...
você não sabe.
está tudo se fechando,
vindo de encontro
a você.
talvez aconteça...
mais cedo,
mais tarde...
espero que não.
as coisas não tinham mudado?
sim,
por um tempo.
agora é tudo um pouco incerto.
confuso
inútil
vazio
...

então, a sabedoria milenar
te diz:

"espere
gelar
e
abre
sua
cerveja."

até quando?

até quando fingir isso
pra terminar um poema de merda?
você não tem nem idéia...
realmente vou abrir uma cerveja,
mas não vai ficar tudo bem.

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